quinta-feira, 18 de outubro de 2007

I want my life back!

Se você parar um pouco pra analisar vai ver que faz tempo que eu não escrevo nada. E isso é um reflexo do que tem acontecido comigo... Sabe o que está parecendo? Que “acabou” a minha “corda”. Lembra? Do texto “Brinquedo de Corda”.

Sabe, tenho literalmente me afastado de coisas que eu gostava muito, abandonei projetos, desisti de objetivos, me deixei entristecer sem tentar mudar. A verdade é que não sei muito como lidar com isso... Sou daqueles caras que faz um excelente trabalho quando tudo está simplesmente perfeito. Ou seja, quando não há problemas/dificuldades, tenho certeza que faço melhor do que muita gente. Mas o problema é justamente quando as coisas não estão bem, aí... nesse caso, não sei agir, me desestimulo, me desmotivo, e às vezes acabo piorando tudo ao invés de melhorar. E isso acontece em qualquer área da minha vida... seja ela automobilismo, relacionamento, ou etc.

E pra mim é fato comprovado: Lembro da minha época de kart... quando o kart estava bom, com boa aderência, bom motor, e etc, eu era muito, mas muito rápido! Lembro de ver a cara de preocupado dos adversários ao ver eu melhorar o tempo de volta cada vez mais, volta atrás de volta! Meu mecânico abria um sorriso de “orelha à orelha” pois sabia que eles não conseguiriam chegar no nosso tempo. E lembro quando eu voltava pro box: eu sabia/sentia que tinha sido rápido, e chegar e ver ele sentado no muro, olhando pra mim, com baita sorrisão e o cronômetro na mão, me fazia sentir algo tão bom internamente que me fazia querer isso o tempo todo. E acho que é mais ou menos isso que acontece... Quando o kart num estava bom, eu tb não ia bem, eu me desmotivava, me “desesperava”, pois ao voltar pro box, eu sabia/sentia que não tinha sido rápido, e não via o meu mecânico na mureta do box. Eu via ele em pé, com uma expressão séria, com uma chave na mão, esperando o kart chegar (o mais rápido possível – pois ele tb era meio ansioso como eu) pra poder mexer... Isso pra mim era terrível, eu ficava triste, desmotivado, e aumentava a bola de neve. Não conseguia fazer o kart melhorar e ia ficando cada vez mais “lento” em relação aos adversários.

Acho que sou meio 8 ou 80... Tipo, se tá bom, é bom demais, se tá ruim é ruim demais. Tento equilibrar isso da melhor forma, mas admito que não tenho muito jeito pra coisa.

No caso do kart e do automobilismo, com o tempo, eu aprendi a controlar isso. Aprendi que eu agindo assim, eu nunca iria ganhar uma corrida ou ser rápido. Se o carro não está bom ou eu não estou correndo bem, hoje em dia, eu consigo extrair o máximo possível, se num dá pra chegar no carro da frente, eu tento pelo menos não deixar ele se distanciar. Se num dá pra ganhar, tento pelo menos estar o mais à frente possível e “esperar” a sorte trabalhar a meu favor... Aprendi que podemos obter vitórias mesmo em condições não-perfeitas e até mesmo desfavoráveis.
Fato comprovado: Um tempo depois que eu identifiquei essa minha “falha” e trabalhei isso para mudar, eu fui colocado à prova... Em uma prova que eu PRECISAVA ganhar, estava tudo saindo conforme os planos, eu liderava a corrida com folga e nas últimas voltas, já estava com quase meio circuito de vantagem... Foi quando meu freio quebrou e passei “reto” numa curva, fui na grama, voltei pra pista (meio sem entender direito o que estava acontecendo...), e descobri que havia um problema no freio. Não vou entrar em detalhes técnicos, mas o importante é saber que eu tinha freio, mas muito, muito menos do que o ideal. Ou seja, em todas as curvas eu tinha que frear muito antes e chegar um pouco mais devagar, senão o kart não iria parar e eu iria na grama em todas as curvas. Voltando... após identificar o problema, aquela sensação de “agora a vaca foi pro brejo” foi a primeira coisa que senti. Pensei em desistir, chorar, xingar, ou qualquer coisa assim... eu olhava a cara de desesperado do meu mecânico, olhava a cara de “calmo-confuso” do meu pai (afinal, eu não tinha como dizer pra eles o que estava acontecendo)... na visão deles, eu simplesmente "decidi" andar mais devagar, frear mais suavemente. Nesse momento, ainda líder da corrida, vi a placa de 2 voltas para o fim. Olhei pra trás pra ver a distância que diminuía assustadoramente, e naqueles “milésimos” de segundo pensei: “Ok! O kart tá uma merda, mas eu num vou deixar uma coisa que eu quero muito, que lutei muito por isso escapar assim, não vou desistir, não vou me desestimular! Vou até o fim!!! Quero ganhar, preciso ganhar, e vou ganhar!!!”. Nessa mesma volta, vi toda a minha diferença ser descontada, curva após curva e iniciei a última volta com o segundo colocado completamente “colado” em mim. E foram as 6 curvas mais difíceis da minha vida! :P
Agüentei toda a pressão, fiz meu kart parecer ter 6 metros de largura, defendi minha posição em todas as curvas, pois como eu tinha que frear antes, eu tinha vir pro lado de dentro da curva e deixar o lado da sujeira pra ele. E em Manaus, a parte de fora é realmente muito suja o que fez com que ele desistisse de sequer tentar passar por ali. Seria bobagem tentar, o kart não iria contornar a curva. Eu sabia disso e ele também. Enfim, venci a prova! Sem nenhuma diferença para o segundo colocado, mas venci! Cumpri meu objetivo, consegui superar as dificuldades e ver que, mesmo em condições adversas e desfavoráveis, é possível ser feliz.

E é isso que vou fazer nos outros aspectos da minha vida. Vou me manter motivado, focado nos objetivos, vou correr atrás deles com vontade, vou segurar o que tenho de bom e as coisas boas que consegui com “unhas e dentes”.
De tempos em tempos, sempre chego a essas conclusões (aí depois relaxo, esqueço ou acostumo). Mas elas estão cada vez mais freqüentes (ocorrem num espaço de tempo menor) e duram cada vez mais.
Porém agora, quero traçar o objetivo e perseguir ele com intensidade, até conseguir. Fiz um teste quando decidi arrumar o meu quarto (e acreditem, estava um absurdo de bagunçado). Defini a meta, persegui e consegui. Arrumei tudo. Só parei quando terminei.
Resolvi 3 problemas de uma vez só: a) Ajeitei a bagunça; b) Cumpri uma meta; c) Não fui disperso.
E quando terminei, tive a mesma sensação de realização, de missão cumprida que tive quando venci a corrida, ou quando era o mais rápido nos treinos. E vi que posso e devo continuar com isso: Perseguindo e lutando pelo que quero. E vi que pode até ser fácil conseguir, basta querer com muita vontade e se esforçar bastante. A recompensa vem na mesma medida! :D

Por essas e outras, vou voltar pros eixos, vou andar no trilho, vou abandonar as coisas que me fazem mal, traçar os caminhos que me fazem bem, abandonar pensamentos ruins e andar com pessoas de bem, pois afinal...

“I want my life back”!!!

Alex R.

P.S.: Desejo o mesmo pra você, leitor... ;)

2 comentários:

Drika Bruzza disse...

Teu quarto bagunçado? Quando??? (hehe)... sim, geralmente a gente toma uma decisão ou outra e vai até o fim pra provar que a gente consegue. Provar pra nós mesmos, basicamente, que não somos tão fracos como parecemos ser, e não deixar que as adversidades nos abalem. É um grande desafio provar algo pra si, porque é estranho como a gente só tem a si mesmo pra acreditar, e mesmo assim prefere deixar com que as coisas sejam finalizadas por outras pessoas ou por preguiça, comodidade, ou por medo de si. É, eu sei, é estranho mesmo, ter medo de si quando se é um universo todo em particular. Como tu não é assim, pelo que vejo, acaba fazendo com que todo mundo deposite em ti uma confiança maior: se tu acreditar em ti, todos vão acreditar. E isso funciona, tu pode apostar ;)
No mais, sobre a tua corrida, eu concordo que a persistência sempre vence, acreditar em si e tomar como posição a frase que comece com "eu VOU...". Auto-confiança, auto-conhecimento. A gente sabe que pode, afinal é a única coisa que nos resta, e eu queria explicar muito isso, só que vou fazer isso com palavras de boca, não de dedo, porque eu prefiro sempre o diálogo :D
Como tu mesmo me disse, quando tu está fazendo o que gosta e sabe o que está fazendo as coisas se tornam muito mais equilibradas e isso te torna mais confiante, o que eu acredito que acaba gerando uma energia transcedental toda especial em volta da situação e te leva a conseguir o teu objetivo. Isso é físico (voltando ao assunto do almoço de onte,... hehehe) e a gente sente no peito essa força, quando respira confiança, expira tranquilidade, é um treco muito doido que faz a gente querer sempre sentir isso.
Confiança é como cocaína. Ela te tem, tu não tem ela. A sensação de confiança em si é algo que não tem nenhuma forma de explicação. E o melhor: não é prejudicial, a não ser pelo teu super-ego que vai se tornar um mega-master-ego, que vai fazer as pessoas se sentirem inseguras quanto à elas mesmas, mas confiantes em ti.

Eu me sinto assim. Tu não precisa provar nada pra ninguém, mas faz questão de ultrapassar um por um.

Sabe o que é melhor nisso tudo?

... tu me leva no teu carrinho, mesmo que seja um peso a mais, e equilibra isso de uma forma encantadora e mágica :)

"Gosditi, Mow" ;)

Drika Bruzza disse...

Uh, exagerei? hahaha xP